24 de fev. de 2012

5 coisas que se repetem todos os anos no futebol amazonense

Após um belo início de trabalho neste ano, a equipe de repórteres e humoristas frustrados do Bola pro Mato foi condecorada com um espaço no portal d24am.com, nada menos que o melhor noticiário online do Amazonas. Então, para começar bonito e orgulhar os novos patrões, selecionamos cinco ocasiões que se repetem todos os anos no futebol amazonense. Podemos adiantar que são coisas não tão comuns ao universo futebolístico que talvez você já deva estar acostumado a ver. Pra variar. 

5 – Aderbal Lana é especulado por todos os times


Entre os meses de dezembro e janeiro, as especulações em torno dos times que vão disputar o Campeonato Amazonense começam a todo vapor. Não por acaso, o nome do técnico Aderbal Lana é um dos mais cobiçados entre as equipes participantes, afinal de contas, ele trabalha no futebol baré há mais tempo que o atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, está no poder.
Por que todo ano? Aqui, Lana conquistou seis estaduais e três vezes a extinta Copa Norte. Não se pode negar que ele é um cara vencedor. É como se o Zagallo estivesse saudável e disponível para treinar um time carioca em todo início de ano.
Vai mudar algum dia? Com 65 anos e a julgar pelo exemplo de Zagallo, Lana ainda deve ter umas 40 temporadas de prestígio no futebol amazonense. Isso porque os melhores técnicos que aqui chegam geralmente pedem demissão, não suportando um mês de extremo amadorismo por parte dos clubes. Conhecido pelo temperamento difícil, o velho Lana reclama de tudo e de todos entra ano e sai ano, mas nunca abandona o barco. Talvez porque ele não tenha mais onde atar a sua rede em outro lugar. Desde quando este milênio começou, o treinador não sabe o que é ser campeão. Não se pode esquecer também que, da mesma forma como Lana é especulado pelos times em todos os anos, ele acaba sendo demitido no fim.


Lana, na época em que ele ainda era campeão (Foto:  Baú Velho)



4 – Ameaças de greve


Muito se pensou em criar este tópico dedicado apenas ao Rio Negro nessa postagem, porém não é só o Galo da Praça da Saudade que vive/viveu/viverá situações de protesto por parte do elenco e/ou comissão técnica em razão de salários atrasados, falta de condições básicas de trabalho, comida etc. A verdade é que toda temporada acontece pelo menos uma tentativa de greve por parte dos profissionais da bola aqui no Amazonas.
Por que todo ano? Se os jogadores que costumam atuar nessa região fizessem essa pergunta para si mesmos uma só vez,  eles nunca mais pisariam aqui se quisessem continuar com a carreira.O problema é que, assim como o Aderbal Lana, eles não têm mercado fora, então o vestibular se torna uma boa alternativa. Todo mundo está careca de saber que o futebol amazonense infelizmente não movimenta muita grana. Como consequência, o lucro é mínimo e os salários vão atrasar em 90% dos casos. Isso se for pago. Daí os atletas tiram a ideia da greve. Como eles sabem que com greve não tem campeonato, e sem campeonato não tem dinheiro, fica só na ameaça.
Vai mudar algum dia? Com a conclusão das obras da futura Arena da Amazônia, o aumento da média de público do Campeonato Amazonense de 466 para 40.466 pagantes por jogo, o apoio das empresas do PIM, a competência dos dirigentes dos clubes, a onipresença do presidente da Federação Amazonense de Futebol e a cobertura de todos os veículos de comunicação, concluímos que a mudança desse quadro é uma questão a se cogitar.

3 – Nacional demite um técnico em boa fase


Aos interessados em treinar o time mais vezes campeão no Amazonas, atenção para a lista de pré-requisitos para assumir o cargo: 1) Traga todo o elenco que esteve com você no clube anterior e deixe de lado o trabalho que já vinha sendo feito no time; 2) Tenha no currículo passagens por clubes de todas as regiões do país, menos o Norte; 3) Seja desconhecido; 4) Apareça menos que a diretoria.
Por que todo ano? Desconfia-se de que o Nacional tem a mesma diretoria desde a sua origem, em 1913. É que a filosofia não muda e está sempre um ano atrasada. Citando por altos, saíram do clube em fase muito boa os técnicos Vica, Paulo Galvão, Laoni Luz e Uidemar Oliveira, este mais recente, que foi praticamente obrigado a pedir demissão porque dispensou um jogador ligado a um empresário que pertence ao clube. Curiosamente, o Naça tentou mudar essa imagem no ano passado, quando manteve o técnico Tarcísio Pugliese da terceira rodada da Série D até a penúltima. Desconhecido, sem trabalhos aqui pela região, responsável pela mudança de todo o grupo e temente a diretoria, ele perdeu quatro jogos e venceu um.
Vai mudar algum dia? Com a visão surrealista dos dirigentes, talvez mude quando o clube conquistar algum título nacional. Caso seja possível chegar lá fazendo tudo errado, eles vão mudar a metodologia de trabalho e fazer tudo certo para que o time volte ao fundo do poço. Algo como manter o treinador vencedor no cargo.


Laoni Luz montou o Nacional para 2011, venceu duas,
empatou duas e foi demitido porque era fraco (?) (Foto: Blogger do Teófilo)



2 – O pior time do Brasil


Libermorro, ASA, Sul América, Iranduba... Quem disse que esses times nunca tiveram repercussão nacional? Cada um teve seu momento como o pior do Brasil. Essa postagem está até servindo de inspiração para uma futura aqui no Bola: Sete Motivos para que o futebol amazonense volte a ser amador.
Por que todo ano? Ser destaque negativo de um campeonato do nível do nosso é digno de merecer a tão temida alcunha em nível nacional. Isso acontece geralmente com times recém-promovidos da Série B local ou então arranjados que participam do Estadual aos trancos e barrancos, mesmo sabendo que não vão ter dinheiro para bancar os custos. Esses times geralmente são formados por peladeiros oriundos de torneios amadores do Estado ou garotos que nunca tiveram experiência profissional no futebol. Os resultados são previsíveis e ser um fracasso aqui, é ser um fracasso para o Brasil inteiro.
Vai mudar algum dia? Talvez, caso a FAF seja um pouco mais sensata. Dadas as condições desses times, todo o ano vai ter um ameaçado de ser o pior do Brasil, então eles poderiam ter uma mãozinha da federação. Até mesmo para o campeonato ganhar um pouco em emoção. As equipes candidatas a esse posto poderiam entrar em campo já com três gols a favor, ou os jogadores dos adversários superiores teriam que jogar vendados, tocando a bola somente duas vezes por lance e sem poder usar a parte interna do pé.


Ibis? Isso é coisa do passado.



1 – A culpa é da imprensa


O atacante do seu time perdeu um gol feito? Seu time foi derrotado? A arbitragem foi tendenciosa? Os dirigentes foram incompetentes? A FAF não valorizou o campeonato? A torcida não compareceu? De quem é a culpa? É da imprensa, claro! Essa danada só fala mal desse futebol maravilhoso, próspero, de encher os olhos. Seria bom mesmo é que ela fosse assessora dos clubes e parasse de falar a verd... Parte ruim. 
Por que todo ano? Já faz um tempo que o público do futebol amazonense se limitou a uma média de menos de 500 pessoas por jogo. E muitos desses não gostam de comprar ingresso, ainda por cima. É um grupo que só vai aos estádios como convidado de clube. A outra parte procura desesperadamente por uma solução para que a peleja baré tenha dias melhores e saem distribuindo culpa para tudo quanto é lado. O problema é que só fica nisso. Não tem protesto, mas já que criticar a imprensa pelas redes sociais é algo mais cômodo, os jornalistas viram os alvos principais. 
Vai mudar algum dia? É claro que a imprensa também tem culpa no processo de decadência dos clubes do Estado, pois ela foi negligente por muitas vezes, ora movida por questões políticas de determinado veículo, ora sem coragem para apostar no que é da terra no momento certo, quando representantes do Estado ensaiaram algum grande feito em competições nacionais. O que soa estranho é torcedor reclamando de que a imprensa só mostra o lado ruim do futebol do Amazonas nos dias de hoje. Então vamos lá: Pense rápido em três coisas boas que o nosso futebol oferece hoje. Tem só 10 segundos pra pensar, hein! 

Tempo esgotado.


Foto: Blog Tarja Preta


O que foge de ser ruim a essa altura não é nada mais que a obrigação de uma entidade que tem a pretensão de se identificar como clube profissional de futebol. Talvez isso mude um dia, sim. E como consequência, a torcida se una a parte da imprensa que critica, pressionando os dirigentes e cobrando pelo menos atitudes profissionais dos clubes.

15 de fev. de 2012

5 desculpas de araque pra tentar justificar a derrota pro Iranduba

- A altitude na Colina atrapalhou, devido o time do Nacional ter entrado de salto alto contra o lanterna do Campeonato Amazonense.

- O time foi prejudicado pela arbitragem e a partida irá para o tapetão. Ou seja...

- Não podia fazer nada, afinal de contas, o time sucumbiu perante a astúcia do "Ataque Seu Madruga", formado por Juan e Ramon, a assombração causada pelo lateral esquerdo Gaspar e a zaga benzida por João Batista.

- Assim como os representantes de todos os times do campeonato, o Mick Jagger estava na Colina e deu azar pro Naça.

- O vice-presidente, diretor, técnico, modelo e atriz Gilson Mota escalou mal o time.

Foto: Raimundo Valentim


4 de fev. de 2012

Assopra o tio. Começa o quebra-canela!

Um funcionário que consegue passar com sucesso por todo o período de adaptação de uma empresa, alcança com eficiência sua primeira meta e depois pede demissão. Um campo de futebol que mais parece um manguezal e um estádio que - diz que - tem estrutura pra receber torcedores, mas o alambrado não aguenta nem a faixa que a torcida pendura. Talvez nada disso seja mais estranho que uma cena de strip-tease em plena partida de futebol.

Bizarrices? Que naaada! Isso tudo aconteceu na competição que tem a maior média de gols do Brasil, embora o público não esteja muito interessado em prestigiar tantas bolas nas redes.
Esse é o Campeonato Amazonense 2012, que terá sua peculiar semana de estreia resumida só aqui, no Bola pro mato.

- Quem riu por último, Rildo Ramos

Quem diz que os clubes amazonenses são especialistas em contratar mal está redondamente enganado. Porque eles são piores na hora de demitir. Tá certo que o ex-técnico do Operário, Rildo Ramos, foi quem pediu desligamento após toda a pré-temporada do clube e a vitória por 3 a 1 sobre o Rio Negro na estreia, mas a atitude da diretoria do Sapão (como também é conhecido o time) praticamente obrigou o treinador a tomar essa decisão. Afinal, foram dois meses de salários atrasados, estrutura limitadíssima e até lei da mordaça teve. Passada a confusão, o técnico Marquinhos, que comandou o mesmo Operário no ano passado e saiu reclamando da diretoria, assumiu o comando. Crise? Nada disso! Vitória de virada sobre o São Raimundo e vice-liderança assegurada, com direito a artilheiro do campeonato e tudo. O mito é o Robemar, vulgo Robgol, autor de cinco gols em dois jogos.

Rildo Ramos (Foto: Mazinho Bezerra)

Por falar em artilheiro, não estranhem o sumiço de Bazinho, principal goleador da edição passada da competição com 11 gols. Fontes confiáveis me informaram que ele estaria negociando com o All Garrafa, do Qatar.

- Líder na lama

O Fast começou o campeonato com tudo. Líder, melhor ataque e melhor defesa. Mas pra largar bem, o Rolo Compressor (como o Fast é conhecido) precisou fazer uma terraplanagem lá no município de Careiro Castanho (a 88 quilômetros ao sul de Manaus). É que o campo do Estádio Municipal Prefeito Afonso Jacob de Souza, o Afonsão, parece que foi utilizado para um torneio de pastoreio de porcos antes do jogo contra o Iranduba. Não foi o suficiente pra segurar o time da capital, mas vejam o estado dos artilheiros da partida após o jogo.

Foto: fastclube.com.br

Júnior Lacraia, o menos sujo, marcou dois gols, enquanto Joiner, de meião preto, fez três na vitória do Fast por 5 a 1. O mais legal dessa foto é perceber que o solo não tem jeito de campo de futebol, ambos os jogadores não têm cara de jogador de futebol, o autor da foto não tem jeito pra fotógrafo e aqueles quatro torcedores fazendo pose lá atrás não têm o menor senso de estilo.

- Corram para a Colina!

    Só tem que tomar cuidado com todo o resto do estádio que não foi liberado pelo engenheiro, prefeito de Eirunepé e de vez em quando presidente da FAF, Dissica Valério. Aliás, devo dar os parabéns ao cartola, pois não foi registrada nenhuma morte após o evento que marcou o retorno do histórico estádio da Colina (ainda estou aguardando exames por suspeita de tétano). A parte coberta até que resistiu, mas o mesmo não se pode dizer do alambrado atrás de um dos gols. O local foi aproveitado pelas torcidas organizadas para pendurar faixas e...

Foto: Arlesson Sicsú
  
    Ih! Quebrou! Só com o peso da faixa, reforçado com o vento forte. O lado bom é que, do jeito que o Estádio Ismael Benigno está, a torcida já servirá de grande ajuda para o processo de demolição durante o Estadual 2012, principalmente se o time ir mal, é claro.

- Criiiiiiise no São Raimundo

    Dia 29 de janeiro de 2012. Segundo tempo do jogo entre São Raimundo e Operário, na famigerada Colina. Depois de uma jogada do Tufão na grande área do time adversário, o atacante Raí surge com a camisa um pouco ragada. 


Atacante Raí (Foto: Raimundo Valentim)
    O árbitro Celso Mota Resende, carinhosamente chamado de Coloral, não marcou pênalti. E ainda teve jogador do Operário dizendo que o atacante rasgou a própria camisa para simular a penalidade, dando a entender que rolou um strip-tease. De qualquer forma, esse foi o menor dos problemas para o time da casa. É que não havia uma camisa substituta pra ocasiões como essa. Para que o jogador pudesse retornar a partida, foi preciso aquela gambiarra.

Foto: Raimundo Valentim
   
    Um esparadrapo simulou o número 16, de Raí, na camisa 11 que era do atacante Mauricélio, já substituído aquela altura. O São Raimundo agora procura uma camisa de número 16 para o próximo jogo. Quem puder ajudar, favor entrar em contato com Seu Cláudio Silva, gerente de futebol do Alviazul. 

Gostou? Não? Então a gente mostra a classificação do campeonato pra você que leu até aqui. Pra você que curtiu, um abraço!


Fonte: penarol.com.br